quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sou eu quem precisa da minha mamãe

Ter um emprego, um primeiro emprego é muito importante para todos - pelo menos foi para mim -, mexeu com meu ego, me senti capacitada, responsável, independente e competente hehe. Mas eis que chega a maternidade, entro em licença 20 dias antes de ter o Felipe e começa o dilema, voltar ou não a trabalhar. Por um lado eu queria ficar com meu filho vinte e quatro horas por dia por pelo menos dois anos mas por outro queria voltar a trabalhar, ser a mamãe que trabalha de manhã e chega à tarde com saudade do filho, vai brincar com ele, bem estilo família de margarina, sabe?! Sem falar de poder ter uma independênciazinha financeira né...
Mas como eu queria amamentar exclusivamente até o seis meses, fiquei dividida, à princípio eu comecei a comprar potes para armazenar leite, duas bombas de leite, pensar em bons berçários e me preparar psicologicamente para a volta ao trabalho, mas nem tudo é tão simples assim... Tive muita dificuldade para retirar o leite com a bomba (sempre achei muito mais fácil tirar manualmente) e o Felipe não aceitou de forma alguma tomar leite no copinho. Então logo tirei a ideia da cabeça e decidi ficar com meu filho.
Minha licença acabou e pedi demissão a duas semanas, não posso deixar de dizer que foi frustrante no momento, porque era muito bom trabalhar onde eu trabalhava e eu tinha muita vontade de voltar, mas hoje sou totalmente feliz com a escolha que fiz e sei que fiz o melhor para meu pequeno. 
Sei que muitas mães não tem a chance de escolher ou não ficar com o filho, sei que sou até privilegiada por poder escolher e sei também que se todas as mães pudessem escolher, a maioria escolheria ficar com o filho. Eu sou só mais uma mulher que precisa escolher entre trabalhar e amamentar seu filho até os seis meses, isso é uma afronta ao que a OMS recomenda que é amamentar exclusivamente seu filho até os seis meses, é um falso  direito, aliás, é eu não ter o direito de dar saúde ao meu filho. é uma contradição. A sociedade tem que exigir uma mudança dessa lei já! Chega de leis que não nos aparam por inteiro. Quero ter o direito de ficar com meu filho pelo seis meses que ele precisa de mim a toda hora sem ter que sair do meu emprego!

Um comentário:

  1. Adorei Natália. Você fez uma escolha madura e se colocou no lugar das que não tem o direito de escolher, pois precisam do trabalho pra sustentar a família e comprar o que o filho necessita. A contradição que você expôs é um fato. Tantos estudos comprovam a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e até hoje nenhuma lei ampara as mães trabalhadoras, a não ser as do serviço público. Mas qual a diferença??? São todas mães! E vou além, porque a licença paternidade (sei do serviço público, nem sei se no privado tem isso) é tão curta? Uma semana não é nadaa!!! Só reflete o quanto nosso país é machista, porque a mãe tem que ficar sozinha com o bebê enquanto o pai vai trabalhar! E os primeiros meses são difíceis, principalmente pra mãe de primeira viagem... Todo apoio a campanha! Parabéns pelo blog!

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